Entender as siglas ON e PN que acompanham os papéis das companhias de capital aberto é fundamental para alcançar consistência e atingir seus objetivos como trader. Afinal, cada uma representa uma finalidade e oferece benefícios distintos.
Ações ordinárias e preferenciais: qual a diferença?
Na Bolsa de Valores brasileira, as ações ordinárias e as ações preferenciais são representadas pelas siglas ON e PN nos papéis das companhias de capital aberto. Entretanto, não é incomum que alguns investidores, sejam eles iniciantes ou mais experientes, sequer saibam o que essas siglas significam ou qual a finalidade delas na hora de comprar ações. Entenda a diferença e tenha uma estratégia ainda mais assertiva.
Ações ordinárias (ON)
As ações ordinárias são aquelas que terminam com o número 3. Por exemplo:
PETR3 — ação ordinária da Petrobrás
VALE3 — ação ordinária da Vale
BBAS3 — ação ordinária do Banco do Brasil
ABEV3 — ação ordinária da AMBEV
MGLU3 — ação ordinária da Magazine Luiza
EMBR3 — ação ordinária da EMBRAER
B3SA3 — ação ordinária da B3
JBSS3 — ação ordinária da JBS
O que caracteriza uma ação ordinária, essencialmente, é a concessão de voto ao acionista em assembleias. Isto é, se você comprar uma ação ordinária da Petrobrás, pode ter direito de participar de algumas decisões da companhia. Embora exista esse grande bônus, não há o ônus de participar também das dívidas da empresa – o que torna as ações ordinárias uma opção ainda mais interessante.
Apesar da vantagem de ter votos nas assembleias da companhia, é importante ressaltar que, no caso de pequenos investidores, o poder de decisão é mínimo. Se você adquirir apenas um lote com 100 ações, seu voto é irrelevante, por exemplo. Nesse caso, para ter um controle efetivo sobre a empresa é preciso ter 50% mais uma ação. Mas não desanime: quem compra ações ordinárias tem o benefício do tag along.
Tag along: o benefício extra das ações ordinárias
O tag along foi criado justamente para proteger os sócios minoritários, ou seja, os sócios que possuem poucas ações e consequentemente votos irrelevantes na tomada de decisões da companhia em casos de mudança de controle acionário.
Isso quer dizer que, quando uma companhia compra a parte do bloco controlador de outra empresa, ela precisa propor uma oferta para adquirir as ações ordinárias dos sócios minoritários, e essa oferta precisa ser de pelo menos 80% do valor pago pelas ações do grupo controlador.
Isso evita que o investidor saia prejudicado em uma mudança administrativa pela qual ele não teve o poder de decidir a respeito.
Ações Preferenciais (PN)
As ações preferenciais, diferente das ações ordinárias, não concedem o poder de voto em assembleia a seus acionistas. Por outro lado, quem compra ações preferenciais de uma empresa de capital aberto tem, como diz o nome, preferência na hora de receber os dividendos ou de receber sua parte em caso de liquidação da companhia. E não pára por aí: quem investe em ações preferenciais recebe, por direito, dividendos 10% maiores do que os que investem em ações ordinárias.
Além de receber os lucros da companhia primeiro, os acionistas de ações preferenciais têm mais chances de recuperar ao menos parte de seus investimentos caso a empresa vá à falência.
Ações ordinárias ou preferenciais: qual a melhor opção?
Entre ações ordinárias e ações preferenciais, a melhor opção é aquela que casa com os objetivos do investidor. Ambas possuem excelentes vantagens, mas não beneficia a todos igualmente.
Quem almeja fazer parte do bloco que controla a companhia e possui o investimento necessário para isso, as ações ordinárias são uma ótima opção. Caso o investimento não seja o suficiente, vale lembrar que ainda há o benefício do tag along. Entretanto, é preciso ficar atento às regras de cada companhia no que diz respeito aos direitos dos acionistas.
Por outro lado, para quem busca por maior liquidez, as ações preferenciais são ótimas alternativas, já que possuem alto volume de negociações na Bolsa de Valores.
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